120 DIAS DE CINEMA

UMA IMAGEM E DOIS CURTOS PENSAMENTOs SOBRE A TRAVELER’S NEEDS, DE HONG SANG-SOO

A TRAVELER’S NEEDS RESULTA NUM RISO DOCE QUE VEM DA NOSSA EXPERIÊNCIA DE NÓS PRÓPRIOS NO ECRÃ, MAS TAMBÉM DE PERCEBER O QUÃO ABSURDO (E SIMULTANEAMENTE MONUMENTAL) É ESTA COISA DE NOS FILMARMOS A FINGIR QUE SOMOS ASSIM OU ASSADO. RIMOS TAMBÉM, EM CHOQUE, DE PERCEBER AINDA QUE ACTORES COMO A ISABELLE HUPPERT SÃO TUDO MENOS FINGIDORES.

PARA ALÉM DA SUA METACINEMATOGRAFIA, HÁ TAMBÉM UMA AUTOCONSCIÊNCIA DA PROCURA PELA FELICIDADE E DO BELO COM A QUAL É IMPOSSÍVEL NÃO NOS IDENTIFICARMOS COMO ESPECTADORES NUMA SALA DE CINEMA A VER UM FILME. MAS MUITO MAIS DO QUE UMA COMÉDIA DE COSTUMES, A OBRA DE HONG SANG-SOO, E EM PARTICULAR A TRAVELER’S NEEDS, SÃO FILMES SOBRE AS IMPLICAÇÕES DE CRIAR E EXPERIENCIAR A ARTE. E TUDO DO MODO MAIS DESPRETENSIOSO E HUMILDE POSSÍVEL.