QUANDO… #1

QUANDO UM BURRO FALA…

EM AS PALAVRAS E AS COISAS: UMA ARQUEOLOGIA DAS CIÊNCIAS HUMANAS, DE MICHEL FOUCAULT – TRANSCRIÇÃO DE PASSAGEM DO CAPÍTULO TROCAR.

RECORTE DE FOTOGRAMA DE JULIETTE, FILME PERDIDO DE JESÚS FRANCO (1970)

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SADE ATINGE O TERMO DO DISCURSO E DO PENSAMENTO CLÁSSICO. REINA EXACTAMENTE NESSE LIMITE. A PARTIR DELE, A VIOLÊNCIA, A VIDA E A MORTE, O DESEJO, A SEXUALIDADE VÃO ESTENDER, POR DEBAIXO DA REPRESENTAÇÃO, UMA IMENSA EXTENSÃO DE SOMBRA QUE TENTAMOS AGORA RETOMAR SEGUNDO AS NOSSAS POSSIBILIDADES, NO NOSSO DISCURSO, NA NOSSA LIBERDADE, NO NOSSO PENSAMENTO.. MAS O NOSSO PENSAMENTO É TÃO TACANHO, A NOSSA LIBERDADE TÃO SUBMISSA, O NOSSO DISCURSO TÃO MONÓTONO QUE É MISTER QUE NOS DEMOS CONTA DE QUE NO FUNDO ESSA SOMBRA DE BAIXO É DE UMA DIFICULDADE INEXTRINCÁVEL. AS PROSPERIDADES DE JULIETTE SÃO SEMPRE MAIS SOLITÁRIAS. E NÃO TÊM TERMO.

PP. 301; EDIÇÃO EDIÇÕES 70, JUNHO 2019